sexta-feira, 5 de junho de 2009

Senhoras e senhores, com vocês, o diamante negro da Nokia: N85 Dark-Gray 8GB

Depois de quatro dias embromando, acho que finalmente acabei.

Sem mais delongas, eis o Review do N85:

Introdução:

Este aparelho foi adquirido na Claro, por ora (05/2009), a patrocinadora exclusiva deste modelo. Por essa razão, o aparelho me custou muito menos que o astronômico preço de R$ 1.899,00 cobrado pela versão nacional sem subsídios. A despeito deste ser o N series mais completo na Nokia no mercado nacional hoje, entendo que essa faixa de preço é absurda, ainda que não mais absurdo que muitos outros preços cobrados pela maioria das fabricantes na linha hi-end.

Eu estou com problemas técnicos que envolvem a falta de uma câmera para postar fotos originais do aparelho, mas acho que esse momento é uma boa oportunidade par dar uma visão geral do aparelho, ainda que isso envolva explorar um pouco os dotes alheios.

Segue o link direto para exibição no sítio da Nokia Brasil: link

Unboxing:

As embalagens da linha N já viram dias melhores. Até mesmo o irmão caçula do N85, o N78 vem em uma embalagem melhor. Lembram daquela capinha transparente que exibia o aparelho sob aquele mar de papelão? Se foi. O N85 vem afundado no papelão mesmo. No geral, a caixa tem o mesmo padrão da embalagem do 5800.

Na caixa, além dos esperáveis carregador, cabo de dados e papelada de praxe, estão lá também o precioso cartão de 8GB classe 4 e o cabo TV-Out, que eu ainda nem tive tempo de testar. Nada de capa, contudo.

EDIT (08/06): Testei o cabo TV-Out, e funcionou bem demais. Rodei meus vídeos em 320X240 em uma TV 21 pol. E o resultado foi ótimo. Bem melhor do que eu esperava.

Desing e Construção:

É o menor dual-slider da Nokia, competindo com N95, N95 8GB, N81, N96, com um volume de apenas 76cc. Pra dar uma idéia do tamanho, o E71 tem 66cc, e o N96 tem 92cc. É bem mais fino que os N95, e mais estreito também.

Com 128g e um volume baixo, o aparelho é bem denso, o que passa uma sensação agradável de “isso não é um MP-345 chinês”.

O corpo é quase todo liso-brilhante, exceto pelas laterais, o que faz do aparelho um colecionador de impressões digitais. Isso realmente não me incomoda, pois o celular anda na capa de veludo que serve de polidor auto-sustentável. Sua por US$1.95 no e-bay.

O slider é suave em ambas as direções, mas a ação da mola não é das mais fortes. Pessoalmente, prefiro uma ação mais firme. No entanto, comparando com o mecanismo do N95, há uma grande evolução. Nem vou comparar com o do N81 porque esse é o dono do pior mecanismo slider que já vi.

Também há uma pequena folga entre as duas faces do sliders. Tudo bem, uma pequena e irritante folga, perceptível tanto com o slider fechado como aberto. Uma falha indesculpável que prejudica bastante a impressão geral sobre a construção do aparelho.

Outro detalhe: a softkey direita rangia um pouco nos primeiros acionamentos, mas o barulho se foi de vez depois dos primeiros testes, pra nunca mais voltar.

Afora o detalhe do slider, contudo, o aparelho é indefectível em sua construção, ótimo acabamento, com materiais que transmitem sensação de qualidade. No design, vou poupar o leitor de impressões pessoais prolongadas, pra só dizer que achei este um dos aparelhos mais bonitos já construídos pela Nokia, perdendo - talvez - apenas para a linha E66/E71.

Ergonomia:

Há quem ache que sliders são anti-ergonomicos. Eu concordo que a velha barra ainda é o formato mais prático, mas acho que os sliders são a melhor conciliação entre portabilidade e ergonomia. Por isso, não tenho criticas as layout do N85.

As softkeys são boas, a ponto que eu nada ter a falar delas, funcionam bem, sem pressionamentos equivocados, como ocorria muito no N78. Estão lá o "send", "end" sofkey direita e esquerda, "menu" e o multifuncional "c".

Já ao teclado numérico falta um pouco de informação táctil, mas custou-me muito pouco tempo para me acostumar com a posição das teclas e digitar habilmente às cegas.

Ainda no quesito ergonomia, fica a minha crítica para a tampa da câmera, que sempre requer uma unha para seu acionamento. O relevo deveria ser um pouco maior, ou a tampa mais leve.

O botão lateral do volume também tem pouco relevo, mas isso me parece quase um padrão nos aparelhos mais modernos, já que nenhum designer quer uma aparelho duas salicências "orelhando" o desenho.

EDIT (08/06): Esqueci de mencionar uma grande novidade: a tecla “slide to lock/unlock” do 5800 também está presente no N85, posicionada no centro da lateral direita. Gostei muito dessa facilidade. A tela em si é bem menor que a do 5800 e a facilidade no acionamento se perde na exata proporção da redução do tamanho, mas ainda assim é bastante prática.

Sob o capô:

ARM11 369mhz, 128MB Ram e 85MB de armazenamento (não que alguém vá ligar para a memória interna quando recebe um cartão de 8GB na caixa). Sem chip gráfico ou memória dedicada, é basicamente o mesmo hardware do E71, E66, N78...

Conectividade:

Bom, o aparelho tem quase tudo, wi-fi b/g, aGPS, microUSB 2.0, TV-Out, e Bluetooth com todos os padrões imagináveis que você nuca vai usar. Só faltou mesmo o idoso IR e wi-fi “n” com DNLA que não ia fazer muita diferença já que o poder de processamento do aparelho não é exatamente páreo para conteúdo HD.

O Wi-fi vai muito bem obrigado. Conheço bem as áreas de sobre a da minha casa e posso dizer que o desempenho dele é bastante satisfatório quando comparado aos demais aparelhos que já experimentaram a mesma rede.

Já o GPS não é aquilo tudo. Com o aGPS ligado o travamento dos satélites chega na casa nos 40-60 segundos a céu aberto, mas um travamento “indoors” ou é muito demorado ou é impossível (não tive paciência para esperar).

Sobre o microUSB 2.0, apesar de ser uma característica padrão hoje em dia, minhas palmas vão pro seu par com o cartão 8GB classe 4 que grava muito rápido, cerca de 30-40% mais rápido que com a utilização dos meus cartões classe 2.

Rádio GSM:

Bom, o aparelho é um quadribanda GSM e dualband 3G brazuca (850/2100mhz) então pega do Rio Grande do Sul à Roraima, seja qual for a sua torturadora de telefonia móvel.

Não tenho tido absolutamente nenhum problema com o sinal, mas não sei afirmar exatamente se o rádio é especialmente bom, pois não tenho parâmetro. Isso porque antigamente eu usava outra operadora que tinha um sinal medíocre na minha casa (não quero citar nomes, mas é aquela do logo com uma bolinha vermelha), então eu podia medir cientificamente o desempenho de cada telefone novo. Agora que mudei de operadora o sinal lá é bastante para não incomodar, então acabei sem parâmetros claros.

Comparando com os espólios que tinha na gaveta, o Nokia 2660 e o LG Ruby, a qualidade de ligação foi infinitamente superior com o N85, mas seria injusto comparar aparelhos tão distintos.

Tela:

Comecei o review querendo chegar aqui. Ah... a tela....

Bem verdade que são só 320X240 pixels, que são um tanto quanto feijão-com-arroz hoje em dia, mas a inovação do AMOLED é mesmo uma revolução.

As cores são muito mais vibrantes que no LCD (talvez até um pouco vibrantes demais, seria bom poder amenizar o tom a noite/no escuro, pois os olhos chegam a cansar) e o contraste deve ser de um fantastilhão para um. Os pretos são muito, bem... pretos, tanto que as vezes a tela parece parte da carcaça, mesmo com o display ativo.

Para o meu gosto, a calibragem das cores poderia ser um pouco mais fria para o uso cotidiano, mas as cores mais quentes caem muito bem na reprodução de vídeos.

Sob o sol o desempenho não é dos melhores. Fica dentro da média, onde pouco se enxerga com o sol diretamente sobre a tela, e perde feio para o E71, que tinha uma ótima visibilidade nessas condições.

Software:

Symbian S60 9.3. Pra mim, uma das melhores interações entre computação móvel e telefonia. O aparelho sai de fábrica com inúmeros softwares, mas nesse aspecto, eu ainda prefiro a linha “E” que tem um suporte ainda maior.

O aparelho já nasce com Nokia Maps 2.0 instalado, mas os mapas brasileiros não estavam lá. Nada que o Map Loader não resolva, lembrando que ele é oficial e gratuito e te permite baixar os mapas do mundo inteiro para qualquer aparelho da Nokia que tenha o Nokia Maps instalado.

Estranhamente, ainda não encontrei onde baixar o N-Gage oficialmente. Sei que o aparelho é suportado, mas o software não está na sessão de downloads. Ainda não investiguei este assunto a fundo, mas achei uma bola fora esta não ser uma função nativa.

O QuickOffice embarcado vem sem a função de edição, o que, na minha opinião, não faz qualquer falta, já que editar documentos em T9 é coisa pra maluco.

Real player, Dados GPS, Adobe Reader, Gravador, Exchange e Zip são algumas das outras funcionalidades disponíveis “na caixa”.

Câmera:

Eu não sou nenhum fotógrafo profissional (nem amador pra falar a verdade), mas no geral, as fotos me parecem idênticas as do N95 e do N73, já que eu não via muita diferença entre os dois também.

O único senão é a tendência da câmera de deixar as fotos muito escuras quando tiradas com o flash LED. Não que o flash seja ruim não. Fica claro que é um problema na configuração da câmera que diminui a exposição em resposta ao “mar de branco” gerado pela LED. Nada que uma atualização de firmware não resolva.

A câmera é bem rápida também, são frações de segundo do clique da foto até a apresentação da imagem estática.

Bateria:

BL-5K – 1200mha

É impossível medir a duração da bateria sem levar em conta o efetivo uso do aparelho, então vamos lá com a narração da história de uma carga:

- Carregado ontem, saiu do carregador às 15h.
- Brilho da tela no máximo
- Conectado 24h à minha conta de e-mail, aparelho em “Somente GSM”
- 30 minutos de vídeo playback
- 10MB de tráfego de dados em EDGE no browser
- 15 minutos jogando Java na fila do banco
- 15 minutos de Internet Radio (EDGE)
- 20 minutos de conversão (GSM somente)
- 10 minutos vibrando, saltando e gritando para me tirar da cama nesse frio.
- 10h do dia seguinte: 3 barras de bateria disponíveis.
- 5MB de tráfego de dados sob EDGE
- Consultei alguns .PDF por uns 20 minutos
- Testei a transferência bruta de arquivos para medir a velocidade da conexão duas vezes (6MB no total, velocidade apurada de 140kbps)
- 15h do dias seguinte: Aviso de bateria baixa.
- 21:30h: Perdemos o paciente.

Bom, foram cerca de 36h, mas o uso não foi dos mais leves também. A conexão com a caixa de e-mail deve consumir muita bateria, pois os e-mails tem chego para mim quase que instantaneamente, o que significa muitos ciclos de consulta por hora (não sei quantos são porque o aplicativo nativo de e-mail não me permite configurar isso).

That´s all folks.

Se alguém tiver mais alguma sugestão de teste ou análise, fique a vontade para solicitar.

Abraços!

Um comentário:

  1. Otimo começo de review .

    Aguardamos ansiosos pelos próximos capitulos ...

    Um abraço .

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