terça-feira, 26 de maio de 2009

E a briga dos sistemas operacionais móveis esquenta!!! Quem vencerá?? (assumindo que haverá um vencedor...)

Já se foi o tempo em que o usuário de tecnologias móveis tinha a sua disposição uma gama pequena de sistemas operacionais móveis rodando em seus computadores de mão. PalmOS, Windows CE e Psion foram nomes que marcaram uma geração inteira de gadget maníacos, muitos dos quais ainda tinham de ouvir perguntas como "para que serve isso?", ou então acabavam recebendo apelidos condizentes com sua paixão por aquelas coisas caras, grandes e... inúteis.

Pois hoje ninguém mais contesta a utilidade de nossos queridos computadores de bolso. Hoje eles navegam na internet sem fio, carregam agendas poderosas para todos os lugares, batem fotos em altíssima resolução, aceitam cartões de memória de até 32GB entre outras maravilhas que, se hoje todos conhecem, a alguns anos nós já vislumbrávamos como um futuro bastante próximo.

Concomitante a isso, as gigantes do mercado de informática perceberam a importância deste mercado em franca expansão, e decidiram investir. Para se ter uma idéia da força deste movimento, foi notícia amplamente divulgada na última semana o fato de que, enquanto o mercado de telefones celulares sofreu uma redução de 9,4% nas vendas neste primeiro trimestre de 2009, o mercado de smartphones, os famosos "computadores portáteis que falam" cresceu 12,7% no mesmo período. Ou seja, torna-se cada vez mais difícil viver de tecnologia no mundo sem ingressar neste importante ramo do mercado.

Ok, mas o que isso tem a ver com os sistemas operacionais móveis? Tem a ver que, com a diversificação de empresas atuando no setor, o consumidor assiste também a um aumento das opções em termos de sistemas operacionais, cada um buscando atender às necessidades específicas dos clientes. Para alegria dos novos gadget maníacos, e para a realização do sonho de nós, amantes desta tecnologia desde seus primórdios.

Assim, quem quer simplicidade, rapidez e complicação zero, tem no iPhoneOS, da Apple, sua melhor opção. Um sistema realmente confiável que tem seu ponto forte no suporte a multimídia, internet, e na maravilhosa tela touchscreen capacitiva (que prima pela maior sensibilidade aos dedos) ainda praticamente inédita no mercado, além da AppleStore, a loja de softwares que revolucionou a forma como compramos conteúdo para nossos portáteis. Como pontos fracos, a limitação de funções básicas, como bluetooth, a baixa qualidade da câmera, se comparada a de outros modelos, e a inexistente variedade de hardwares, já que o sistema continua restrito a apenas um modelo que, inclusive, traz em sua parte física alguns elementos também polêmicos, como a incapacidade de troca da bateria, por exemplo.

Ao contrário do que dizem os (não) especialistas, a Microsoft não imita a Apple quando lança no mercado seu novo sistema operacional, o Windows Mobile 6.5. Na verdade este é o descendente direto do antigo Windows CE, dos primórdios da computação de bolso, agora revisado e melhorado com a finalidade, aí sim, de se aproximar mais da interface intuitiva oferecida pelo sistema da Apple. Como pontos fortes esse sistema apresenta ótimas funções corporativas (sincronização completa com Outlook e Exchange, leitor de cartões de visita, funções aprimoradas para proteção de dados confidenciais), muita robustez e uma bela variedade de modelos, que vão desde o espartano Touch, da HTC, até os completíssimos high-end Touch HD, da mesma marca, e Xperia, da Sony Ericsson. Como pontos fracos, a lentidão para realização de algumas tarefas (abrir um programa no WM é consideravelmente mais lento do que nos outros sistemas), travamentos ocasionais e a interface que, mesmo melhorada na nova versão do sistema, ainda não foi capaz de conquistar a todos.

Para quem necessita de email o tempo todo a melhor opção, entretanto, continua sendo o BlackBerry, da RIM (Research in Motion). A recepção de mensagens em tempo real continua sendo o inalcançável ponto forte deste sistema, que em sua última encarnação procura, também, aproximar-se do usuário mais ocasional com funções multimídia aprimoradas e uma interface mais moderna. Como pontos contra, a pouca oferta de softwares, a incrível demora para inicialização (meu Deus, nunca vi um smartphone demorar tanto pra ligar!!!) e a relativamente baixa variedade de modelos, restritos todos á RIM (nada que incomode como no caso do iPhone, mas bastante longe do oferecido pelo Windows Mobile).

O Symbian, da Nokia, é outro sistema bastante consolidado no mercado. Herdeiro direto do antigo Psion, equipa hoje uma grande variedade de modelos da marca, além de alguns de empresas concorrentes (como o recém lançado Samsung Omnia HD). Preza pela simplicidade, rapidez e facilidade de manuseio com uma das mãos. É considerado, ainda, o sistema com a parte "telefone" mais bem desenvolvida (a função de gravação de conversas, por exemplo, nativa no Symbian, só a muito custo é conquistada, com programas específicos de terceiros, nos sistemas da Microsoft, Apple e RIM). Como contrapartida necessária, entretanto, a parte PDA (Personal Digital Assistant, ou assistente digital pessoal) deixa a desejar em alguns quesitos, causando a ira de alguns usuários. Nada que não possa ser remediado, entretanto, com a enorme gama de softwares disponíveis para o sistema, alguns, inclusive, freewares de excelente qualidade. Como principal ponto fraco do sistema figura a ausência de touchscreen (tela sensível ao toque) na imensa maioria dos modelos. A Nokia têm procurado remediar este mal nos novos lançamentos, como o 5800, por exemplo, mas se essa cartada será realmente bem-sucedida ainda é cedo para dizer. É preciso que outros aparelhos com o Symbian Touchscreen surjam para podermos avaliar o quanto essa função auxilia ou não o manuseio do sistema.

Na busca do mesmo sucesso alcançado por estes concorrentes mais bem estabelecidos (sim, caro leitor, ao contrário do que é publicado na mídia, todos estes sistemas são muito bem sucedidos e tem seus usuários fiéis - o que significa que não existe apenas o iPhone no mundo...), surgem agora dois novos sistemas operacionais, um já lançado mas ainda não massificado, e outro que deve ver a luz do dia nas próximas semanas.

O primeiro deles é o Android, da multimilionária Google. Por enquanto restrito a pouquíssimos modelos, embora já esteja para completar um ano de estrada, promete integração total com os serviços online da empresa, e uma facilidade de uso de dar inveja aos maiores fanáticos pelo iPhone. Como ponto forte está o suporte da maior empresa da internet da última década, com o auxílio de inúmeras outras companhias ansiosas por lançar seus modelos com o aclamado sistema móvel. Como ponto negativo, o fato de que, por enquanto, ele ainda se resume a um imenso vaporware. Para quem não conhece, essa é uma gíria tipicamente geek para denunciar aquelas promessas impressionantes que nunca chegam às prateleiras ou, quando chegam, acabam sendo enormes decepções. Claro que ainda é cedo para dizer se o Android se encaixará realmente nessa definição, mas a enorme quantidade de anúncios de aparelhos com o sistema, das mais diversas marcas, acompanhada do baixo número de lançamentos efetivos, faz com que cada vez mais surjam dúvidas sobre o futuro do sistema. Isso acaba afastando, também, os desenvolvedores de softwares que, afinal, são um elemento extremamente importante para o sucesso de qualquer sistema móvel. Exatamente por isso surge outro ponto negativo do Android, a pouca variedade de softwares disponíveis. Enfim, o Android promete muito, mas como nesse primeiro ano de vida entregou ainda muito pouco, é preferível deixá-lo ainda no campo das especulações. Se você pensa em adquirir um aparelho com esse sistema, saiba que por enquanto, na metade de 2009, você estará atuando praticamente como um "bandeirante tecnológico", abrindo uma trilha por um campo que, por enquanto, muito pouca gente explorou.

Outra grande promessa surgida neste primeiro semestre é o WebOS, da Palm, sucessor do premiadíssimo PalmOS, sistema móvel soberano na segunda metade dos anos 90 e no início dos anos 2000, mas que por conta da ausência de atualizações e de modernização, acabou perdendo uma grande parte de seus seguidores. O novo sistema operacional, que deverá vir encarnado no já aguardadíssimo Palm Pré, promete as mesmas vantagens do seu predecessor (leveza, rapidez, confiabilidade e funções PIM - agenda, contatos, etc - inigualáveis), aliadas a uma interface realmenta matadora, capaz de tornar o iPhoneOS e todos os demais sistemas móveis artigos de museu. Alguns sites espacializados no assunto (como o Engadget, por exemplo), já divulgaram que o sistema poderá ser a última tentativa de a Palm, progenitora máxima dos computadores de bolso e a quem devemos toda a paixão que nutrimos por essas pequenas maravilhas, evitar sua própria falência. Claro que torcemos para que isso não aconteça e, sinceramente, com os previews do WebOS realmente é possível acreditar que isso não acontecerá, mas essa não deixa de ser uma notícia que acaba desestabilizando um pouco esse tão aguardado lançamento.

Como vêem, opções não faltam, restando aos consumidores dessas maravilhas tecnológicas a deliciosa tarefa (bem, pelo menos para nós, gadget-maníacos é deliciosa) de escolher qual a que melhor se encaixa no seu perfil e nas suas necessidades. E este é um exercício realmente importante, já que, pela enorme variedade de sistemas e modelos, uma escolha errada pode acabar provocando a compra de um aparelho caro que, entretanto, será incapaz de atender ao que realmente se deseja.

As cartas estão na mesa, e os sistemas operacionais móveis continuam se desenvolvendo e se atualizando, num ritmo até maior do que os sistemas de desktop, com o objetivo de ganhar cada vez mais espaço nesse concorrido mercado. Quem vencerá essa disputa e quem sucumbirá ante a força de seus adversários? Cabe a nós, felizes gadget-maníacos, decidir.

Até a próxima!!

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